Melhor aproveitamento nos projetos de iluminação pode representar uma expressiva economia
Em um mundo onde a palavra da vez é sustentabilidade, felizmente estamos cada vez mais conscientes sobre a importância de utilizar com a maior moderação possível nossas fontes de recursos naturais. Mas ainda assim, se no passado a utilização da luz natural era a principal forma de iluminação para o uso diurno dos ambientes, com o surgimento da luz artificial, que quase sempre se utiliza do consumo de energia elétrica para funcionar, essa realidade acabou gradativamente se modificando. Um problema cada vez mais repensado nos projetos de reformas e arquitetura, com melhor aproveitamento da luz natural, que além de ecológica também ocasiona uma expressiva economia para o bolso do consumidor.
Atualmente, muito se fala sobre eficiência energética como um importante recurso que auxilia na redução substancial do uso da eletricidade, mas na verdade, mesmo diminuindo o consumo de energia, com normas e tecnologias, o gasto, ainda que eficiente, sempre acontece. O fato é que não existe forma melhor e mais barata de ser sustentável do que quando deixamos de consumir efetivamente o recurso natural, como por exemplo, andando a pé, coletando energia solar, ou ainda, deixando de acender lâmpadas elétricas, o que é possível sempre que contamos com um ambiente bem iluminado durante o dia.
Assim, um bom projeto de iluminação natural precisa pensar todos os aspectos relacionados à adequação de dimensionamento do imóvel de forma criar aberturas que permitam o melhor aproveitamento possível da luminosidade oferecida pela natureza. “O ideal é que todos ambientes de uma residência tenham iluminação natural, cada um com a quantidade necessária para seu uso. Sugiro que cômodos de uso prolongado, como quartos e salas de estar, possuam ainda mais aberturas para essa iluminação, de forma a oferecerem um clima aconchegante e confortável”, explica o arquiteto Marcelo Seferin.
Nas estações mais quentes do ano, principalmente em países tropicais como nosso, onde os dias se prolongam com o advento do horário de verão, o ideal seria que não fosse necessário acender lâmpadas durante o dia. Mas para isso é preciso que os projetos dimensionem as aberturas, de forma que sua posição seja suficiente para a profundidade do cômodo, oferecendo luz suficiente a maior parte do dia.
“O fundamental é projetar as aberturas sempre considerando a melhor orientação solar para cada ambiente, buscando, quando possível, uma integração dos espaços internos com a área externa. Sendo que em determinadas situações é interessante trabalhar com artifícios que ajudam no controle da entrada exagerada do sol nos ambientes, como brises verticais e horizontais, cortinas, avanços de laje ou pergolados, controlando assim a intensidade de sol que queremos nos ambientes projetados”, explica o arquiteto Marcelo Seferin.
Desde a concepção dos projetos a iluminação natural é uma questão bastante considerada nos lançamentos modernos, como explica Vitor Hugo Amaral, sócio-diretor de uma construtora. “Projetamos vãos, janelas e portas que contemplem a amplitude do espaço e sempre tentando trabalhar com uma angulação favorável a posição do sol para um melhor aproveitamento da luz natural.Um exemplo muito utilizado, as portas de acesso aos apartamentos contém uma faixa em vidro fosco que permitem a passagem de luz mas também garantem a privacidade do ambiente. Assim conseguimos iluminação natural para a área comum dos corredores e halls das edificações”, destaca Vitor.
O uso da luz natural pode promover conforto visual e térmico, e também por isso, diminuição do da utilização de aparelhos para climatização. Tanta vantagem faz com que um projeto bem executado chegue a economizar até 50% de toda a energia usada em uma edificação para iluminação.
“A necessidade de ambientes sustentáveis cada vez maior a iluminação natural ganha mais importância principalmente pela economia que proporciona. A sensação de bem estar também provoca aumento de produtividade e maior integração com a área externa e natureza. Vale lembrar que para áreas verdes esse tipo de iluminação é imprescindível, pois é parte fundamental para sobrevivência dessas espécies”, explica o arquiteto e lighting designer Widimar Ligeiro.
Quando não está prevista nos projetos de prédios e casas a iluminação natural é um sistema de incorporação posterior bastante difícil. No entanto, alguns diferenciais, quando implantados, ainda podem permitir sua utilização.”Hoje temos vários recursos, tais como aumentar as esquadrias de portas e janelas, uso de clarabóias nos tetos, telhas transparentes que permitem entrada direta de luz solar que podem ser implantandos em imóveis que não tiveram essa preocupação no projeto, no entanto, sem com a preocupação de que sejam aplicados adequadamente, conforme as limitações da edificação”, conclui Ligeiro.
Fonte: O Fluminense