Assim como a prática de exercícios e a alimentação balanceada, uma casa também pode ser fonte de saúde – ou de doenças, afirma o biólogo Allan Lopes, criador e coordenador do Selo Casa Saudável.
A iniciativa tem por objetivo avaliar as construções segundo seu impacto na saúde dos usuários. Até agora, dois edifícios, ainda em construção, receberam o selo – ambos em Minas Gerais.
Segundo Lopes, fatores como quantidade de luz natural, ruídos e qualidade do ar em um imóvel podem estar na origem de um aumento no cansaço, irritabilidade e tensão muscular.
“Todas as construções, certificadas ou não, devem levar em conta a saúde dos moradores. Não significa que um edifício seja saudável e outro não, mas é possível melhorar alguns aspectos “, aponta Gilberto Belleza, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo .
Para Simone Cynamon, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz, o selo é uma boa ideia, mas pode acabar encarecendo os imóveis. “É preciso cuidado para que a certificação não dificulte ainda mais o acesso a habitações saudáveis para as classes mais pobres e até médias”, diz.
Lopes destaca a importância da insolação nos imóveis. “Um ambiente com mais luz é sempre mais saudável. Em um ambiente de trabalho, as pessoas que ficam próximas das janelas produzem mais e melhor”, afirma ele.
Para garantir a iluminação natural, é possível abrir janelas maiores ou usar cortinas transparentes, que permitem a passagem da luz, mas evitam o calor.
Já durante a noite, é recomendável retirar aparelhos como computadores e celulares do ambiente. “Mesmo quando o aparelho está desligado, em modo de espera, aquele pequeno sinal de Led já atrapalha”, explica Lopes.
A ventilação também é um aspecto fundamental. Se a casa ficar sempre fechada, os níveis de poluição interna do ar sobem. “Mesmo em São Paulo, onde o ar é muito carregado, é preciso abrir as janelas para ventilar”, diz Lopes.
Fonte: Folha S.P. (7/6/15)