A agência de classificação de risco Fitch afirmou que a saída líquida de dinheiro das cadernetas de poupança no Brasil sinaliza uma crescente pressão sobre os bancos locais para que busquem alternativas para apoiar seu portfólio de financiamentos imobiliários residenciais. Segundo a agência, uma prolongada redução nessas economias, ou mesmo uma desaceleração no retorno desse dinheiro às poupanças, deve exercer “significativa pressão” sobre o crescimento dos empréstimos mais altos para hipotecas dos bancos brasileiros. No geral, a Fitch diz que o cenário mais provável é que o crescimento dos empréstimos para financiamentos imobiliários deva desacelerar no mercado no curto prazo.
A Fitch lembra que, pelas regulações bancárias brasileiras, no mínimo 65% do dinheiro depositado nas cadernetas precisa ser direcionado para as hipotecas ou empréstimos relacionados ao setor imobiliário. Com a taxa básica de juros (Selic) em alta, chegando em abril a 13,25%, os rendimentos das poupanças diminuem e levam investidores a retirar seu dinheiro, buscando retornos maiores em outras modalidades de investimento. A agência espera que continue acontecendo essa pressão sobre os depósitos, já que a taxa de juros seguirá alta, apesar dos maiores esforços de marketing dos bancos para atrair clientes.
Fonte: IstoÉ Dinheiro (5/5/15)