A crise na economia do país é sentida em vários setores, inclusive no mercado imobiliário. Para quem desejava comprar o primeiro imóvel, os recentes ajustes da Caixa Econômica Federal podem fazer com que o interessado espere mais um pouco para fechar negócio e fique mais tempo pagando aluguel. E o mercado de locação também enfrenta um aumento na oferta de unidades e, consequentemente, redução de valores em alguns bairros.
De acordo com dados do Secovi Rio (Sindicato da Habitação), no Leblon, o valor do metro quadrado para locação residencial em abril foi de R$ 67,16, enquanto que em março o valor foi de R$69,87, queda de 3,88%. No Recreio dos Bandeirantes, o registrado foi de R$ 26,16 em abril e R$ 26,45 em março (-1,10%). Na Ilha do Governador, o valor do metro quadrado ficou em R$ 22,17 (abril) e R$ 22,43 (março), queda de 1,16%. Já em regiões como Tijuca, Vila Isabel e Barra da Tijuca o sindicato verificou alta nos preços.
“A procura para alugar continua a mesma, o que aumentou foi a oferta de imóveis. Muitos proprietários não estão conseguindo vender pelo preço que entendem ser justo e colocam para alugar por alguns anos enquanto o mercado de venda se ajusta. E com o comunicado da Caixa sobre a diminuição do limite de financiamento para imóveis usados, a tendência é que a procura pela locação aumente sensivelmente, pois menos pessoas terão oportunidade de comprar a casa própria. Esta migração pode aumentar os aluguéis ou, pelo menos, cessar o viés de baixa nas regiões onde houve diminuição dos valores”, prevê Alexandre Parente, vice-presidente Administrativo da Renascença Administradora de Imóveis.
Locação com segurança
Os especialistas concordam que, assim como em toda negociação, o interessado deve tomar alguns cuidados antes de fechar negócio. Entre as dicas para locação estão procurar sempre uma imobiliária habilitada no Creci-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), ler com muita atenção a todas as cláusulas do contrato de locação e solicitar vistoria detalhada do imóvel.
Já morando no imóvel, as providências são exigir recibo discriminado do que está pagando, separando o que é aluguel, o que é condomínio, IPTU e demais taxas; e exigir do síndico, quando houver cobrança de cota extra, qual a motivação dessa cobrança, para saber de quem é o encargo, do inquilino ou do proprietário.
Vale lembrar que o reajuste do valor é feito anualmente e, que na ocasião da renovação do contrato, o proprietário pode ajustar o preço de acordo com o valor de mercado.
Valor do aluguel tem caído até 15%
Giovani Oliveira, gerente geral de locações da Apsa, comenta que os proprietários estão mais flexíveis e cientes de que o momento é peculiar. “Em média, a redução do valor dos novos aluguéis tem ficado entre 10% e 15%. Para aluguéis maiores, a porcentagem é ainda maior”, diz Oliveira. Sandro Santos, diretor da Sandro Santos Imobiliária, complementa que o momento é de negociação de carências e outros ‘brindes’.
“Dependendo do estado do imóvel pode-se negociar benfeitorias, como armários, aquecedores, e fechamento da área de serviços, entre outras mudanças. Os proprietários estão bem receptivos em negociar carências ou alguma redução no preço”, conta Santos.
Fonte: O Dia online/Cristiane Campos (4/5/15)