Os investidores estrangeiros que olham para o longo prazo continuam apostando no mercado de lajes corporativas no País, especialmente agora com a desvalorização do real em relação ao dólar, o que torna os ativos brasileiros mais baratos em moeda estrangeira.
“Estamos sendo invadidos por investidores que têm essa leitura do ciclo de baixa, que é muito importante hoje”, afirma o presidente da CBRE, Walter Luiz Monteiro Cardoso. Segundo ele, existe uma oportunidade ouro de investimentos tanto em São Paulo como nas demais cidades brasileiras. Ele pondera que o Rio de Janeiro, cuja economia está atrelada ao setor de óleo e gás, é preciso mais cautela, porque os preços do petróleo estão em baixa.
O executivo lembra que, entre 2004 e 2012, quando os aluguéis de lajes corporativas subiam e a taxa de vacância caía, existiam muitos investidores interessados no setor. Hoje, com os preços em queda e a vacância em alta, ele não acredita que existam motivos para os investidores ficarem reticentes.
Em primeiro lugar porque a economia brasileira hoje é maior e está mais madura em relação ao que foi no passado. O segundo fator é que não existe crise na demanda, segundo o presidente da CBRE. Para justificar a sua avaliação, ele aponta o fato de que no primeiro trimestre deste ano o mercado de São Paulo absorveu 200 mil metros quadrados (m²) de escritórios, um volume 12% maior do que no quarto trimestre de 2014. “O ano passado que foi uma ano horrível, a absorção bruta foi de 600 mil m². Não vejo outra coisa a não ser muita oportunidade no mercado.”
Para a presidente para América Latina da Cushman & Wakefield, Celina Antunes, os investidores estrangeiros que têm visão de longo prazo e presentes no País continuam apostando no setor. “Eles não estão olhando para o curto prazo.”
Fonte: O Estado de São Paulo (17/4/15)