As taxas de condomínio dos prédios aumentaram quase 8% nos últimos 12 meses no Brasil, segundo o IBGE. Muitos moradores já estão sentindo a diferença no bolso. Com isso, os síndicos estão diminuindo as despesas para evitar novos reajustes.
Em um prédio de Belo Horizonte, Minas Gerais, os moradores criaram uma força-tarefa para diminuir as despesas do condomínio. Primeiras medidas: a água do poço artesiano, que era usada só pra molhar o jardim, vai abastecer o prédio inteiro.
As descargas dos banheiros da área de lazer, eles trocaram pelas mais econômicas. Tudo isso porque a taxa de condomínio deu um salto.
“Do ano passado para cá foi superior a 25%. Então se nós tivéssemos em fevereiro mais 10% seria um peso significativo para todos nós”, fala o dentista e síndico, Edmundo de Carvalho.
Vitória foi a capital brasileira que teve o maior aumento na taxa de condomínio em fevereiro: 2,08%. Valor acima da inflação, que foi de 1,22%. Fortaleza (2,04%) Rio de Janeiro (1,81%), Belo Horizonte (1,29%) e Belém (1,04%) também tiveram altas significativas.
Além de todos os reajustes nas tarifas públicas e na folha de pagamento, outro fator que tem pesado no valor da taxa de condomínio é a inadimplência. Um levantamento do sindicato das empresas do mercado imobiliário apontou que 11,2% dos moradores de Belo Horizonte deixaram de pagar a taxa. Foi o maior índice registrado nos últimos cinco anos.
“O que está acontecendo com a inadimplência é a situação econômica que nós estamos vivendo no país. A punibilidade é menor. O condômino deixa de pagar o condomínio em prol de pagar outras despesas que ele tem que ele vai ter o serviço cortado ou nome inscrito em listas de Serasa, SPC e outros aí. E os outros têm que pagar aquela contribuição dele. Ele não fica sem o serviço”, explica o vice-presidente do Secovi-MG, Leonardo da Mota Costa.
Leonardo Pereira de Melo é síndico de um prédio em que sete, dos 45 apartamentos, estão devendo a taxa. A dívida já passou dos R$ 19 mil. A administração entrou na justiça. Mas, enquanto as coisas não se resolvem.
“Vai ter que fazer um novo rateio se necessário e cumprir com as obrigações financeiras. Nesses sete anos que eu to no condomínio essa taxa de inadimplência nunca foi tão alta”, conta.
O condomínio pode entrar com ação na justiça para receber os atrasados e o próprio imóvel pode ser penhorado para acertar as contas do inadimplente.
Fonte: G1 (20/3/15)