Para especialistas do setor, está ocorrendo uma redução no ritmo dos investimentos no setor imobiliário. Os preços dos imóveis das principais capitais do País, que nos últimos anos subiam acima da inflação oficial, registraram desaceleração e terminaram 2014 com o menor reajuste em quatro anos. Só na capital paulista, a venda de imóveis despencou em 40% e o estoque de unidades atingiu um patamar recorde, segundo dados do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
A queda nos preços médios dos imóveis este ano coincide com a tendência de queda nos valores dos ajustes dos contratos de aluguel. Só em São Paulo, o mês de janeiro foi o quarto consecutivo que os valores contratuais ficaram abaixo do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) do período.
A decisão sobre a compra ou aluguel de um imóvel também passa por variáveis como estilo de vida, idade, renda, local de trabalho e planejamento de futuro. Por conta disso, o Country Manager da Properati, Renato Orfaly, listou algumas dicas para quem ainda não se decidiu se vai adquirir uma propriedade ou viver de aluguel:
- Se a pessoa tem planos de morar fora ou trabalha numa profissão mais flexível, com chances de promoção e transferência de cidade ou Estado, a recomendação é viver de aluguel. A compra e venda de um imóvel demanda muito tempo por conta da burocracia do negócio.
- Caso a pessoa já saiba exatamente onde quer morar e se estabelecer com sua família nos próximos anos, deve-se avaliar a possibilidade de compra. É preciso, ainda assim, colocar os números na ponta do lápis.
- Para quem guarda o dinheiro na poupança e planeja gastar na aquisição de uma casa ou apartamento, a calculadora pode indicar que o aluguel tira apenas dos juros sobre o valor poupado. Nesse caso, é mais vantajoso alugar e guardar dinheiro para uma compra mais qualificada no futuro.
- Se a pessoa optar pelo aluguel, ela tem de ter um perfil de poupador, já que morar num imóvel de terceiros implica o risco de viver na instabilidade. Além de guardar dinheiro para pagar o aluguel do mês, é necessário ter disciplina na hora de gastar para garantir recursos que servirão de segurança caso o locador peça para desocupar o imóvel.
- É necessário refletir sobre o momento da vida. Por exemplo, um jovem formado e bem colocado no mercado de trabalho pode planejar comprar uma casa própria, mas talvez ele ainda não tenha claro para si se nos próximos anos viverá em família ou vai morar só. Assim, se ele estabelecer uma relação estável e tiver filhos, adquirir um imóvel de medidas reduzidas pode ser arriscado nesse momento da vida.
Fonte: Diário da Manhã (10/3/15)