28 de janeiro de 2015
A preocupação com a escassez de água no país chegou aos grandes edifícios comerciais e residenciais. No Centro do Rio, o síndico Rhuy Gonçalves da Silva decidiu trocar todas as válvulas de descarga das 1.061 salas e 194 lojas do Edifício Avenida Central. Em São Paulo, o Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer e registrado no Guiness Book como o maior condomínio residencial da América Latina, ainda tem água. Mas o síndico Affonso Celso Prazeres de Oliveira há seis meses iniciou medidas de racionamento no prédio que tem cerca de cinco mil moradores em 1.160 apartamentos, além de 72 lojas.
No Copan, as 12 caixas, que eram abastecidas ao longo do dia e totalizam um milhão de litros, agora só recebem água da Sabesp por seis horas. Como são necessárias 20 horas para encher todas, Oliveira, há 52 anos no edifício, adotou planilhas para controlar o volume de meia em meia hora.
O prédio gasta em média 15.000 metros cúbicos de água por mês, equivalentes a seis piscinas olímpicas, ou cerca de 600.000 litros por dia. Síndico desde 1993, Oliveira faz reparos de graça e incentiva a troca das válvulas de descarga, que gastam até 18 litros, por caixas acopladas, que usam entre três e seis litros.
— Quando assumi, gastávamos um milhão de litros de água por dia — afirma ele, que quer reduzir o gasto para 460 mil litros diários.
Também dispondo de um reservatório de um milhão de litros, o síndico do Avenida Central conta que o desperdício nas descargas foi descoberto durante uma revisão no prédio, que utiliza dez mil metros cúbicos de água por mês.
— Agora, as válvulas despejam água por no máximo sete segundos — afirma Rhuy, acrescentando que quatro torres de resfriamento, que utilizam 15 mil litros de água, sustentam o sistema de ar-condicionado dos 34 andares.
O geólogo André de Souza Avelar, do Instituto de Geociências da UFRJ, diz que os síndicos deveriam dar atenção à captação da água de chuva, para faxina e regar plantas:
— Há muitas possibilidades que, se empregadas, vão gerar um bom resultado.
Fonte: O Globo (28/01)