18 de dezembro de 2014
Após um ano com Copa do Mundo e eleições presidenciais, a expectativa do mercado imobiliário é que os negócios aconteçam em volume mais rápido em 2015. Segundo especialistas do setor, o carnaval tardio, seguido dos dois grandes eventos, geraram certa insegurança no comprador neste ano. Outra expectativa do mercado é que os preços continuem subindo em comparação com os valores registrados este ano.
“A demanda sempre existiu e o preço, ao contrário do que especulavam, manteve um crescimento normal no período. O que mudou foi a demora na transação de compra devido a essas incertezas, principalmente com a eleição”, disse o vice-presidente Comercial do portal imobiliário VivaReal, Lucas Vargas.
Como a procura nas imobiliárias permaneceu alta, a expectativa é que o volume de transações aumente no próximo ano e continuem subindo acima da inflação. Segundo Vargas, o Rio de Janeiro deve continuar como o principal foco no próximo ano. “Por causa da Olimpíada, por já ter investimentos sendo realizados em infraestrutura, transporte, principalmente na Zona Oeste, que vai receber parte do parque olímpico, a região continuará com grande demanda”.
Com o Centro já povoado e devido aos investimentos em infraestrutura, Campo Grande, Recreio e Barra da Tijuca são apontados como as três principais áreas que devem aproveitar esse desenvolvimento. “Se eu fosse comprar um imóvel para investir, pensaria nesses três bairros. Porém, como a Barra já está com preço alto, acreditaria que Campo Grande e extremo da Zona Oeste são as melhores opções para quem não tem renda tão alta”, disse Vargas.
Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), João Paulo Rio Tinto de Matos, a especulação de alguns economistas de um aumento exagerado de preços por conta da Copa do Mundo não aconteceu. “Os preços subiram acima da inflação, mas esse é um comportamento normal, histórico. De 2000 a 2014, os imóveis tiveram valorização média de 278%, enquanto o IGP-M subiu 178%.”
Para Matos, não deve haver grande redução de preços em nenhuma localidade, mas a grande virtude do mercado é que deixou de ter uma concentração. “Lógico que alguns bairros apresentam mais oportunidades, como Jacarepaguá, mas existem ofertas em 33 bairros, como Méier e Cachambi”.
A expectativa de um grande volume de oferta também existe em outras regiões do estado, como a Baixada Fluminense, Itaboraí e Maricá. “Agora temos o Arco Metropolitano cortando a Baixada, grandes obras de infraestrutura. Uma renovação do mercado está acontecendo”, disse o diretor geral da imobiliária Brasil Brokers, Mario Amorim.
Segundo Amorim, os preços já estão bem razoáveis e não é mais usado por economistas o termo “bolha imobiliária”. “As pessoas continuam querendo comprar, o que falta é ter renda. Mas há muitos produtos em oferta, o que não permite que os preços subam muito”, afirmou.
Fonte: Brasil Econômico (17/12)