17 de dezembro de 2014
A Síntese dos Indicadores Sociais de 2014, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, mostrou o peso dos aluguéis no orçamento das famílias brasileiras. Em mais de um quarto do lares, as famílias comprometem mais de 30% da renda domiciliar com aluguéis, o que os pesquisadores chamam de ônus excessivo. A parcela de 30% é considerada a fatia máxima ideal para se gastar com as despesas do imóvel. Por isso, os bancos costumam limitar a 30% a prestação nos financiamentos habitacionais. De todos os lares, essa proporção alcança 5,2% do total de 55,8 milhões de domicílios urbanos. No Distrito Federal, essa parcela sobe para 9,5% e, entre os alugados, para quase 30% (29,1%)
— Quando se separa pela renda, a situação é ainda pior: em 11,6% do total de domicílios, o aluguel consome mais de 30% da renda e entre os alugados, são 55% — afirmou o pesquisador do IBGE Rubem Magalhães.
No total, 20,3% dos lares no Brasil são alugados, parcela maior que em 2004, quando representavam 17,8%.
“Um valor de aluguel que corresponda a uma parcela elevada do rendimento domiciliar pode indicar uma situação de vulnerabilidade, na medida em que os gastos com moradia estarão comprimindo a renda disponível apra satisfazer outras necessidade da unidade domiciliar, especialmente no caso de famílias de baixa renda”, diz a pesquisa.
O Rio de Janeiro, apesar de ter tido a segunda maior alta no valor do aluguel este ano, 10,93% contra a média das regiões metropolitanas de 8,73%, manteve-se dentro da média quando se olha todos os domicílios: em 5,3% dos lares consomem mais de 30% com aluguel. Quando se olha somente os imóveis alugados, o Rio fica pior que o Brasil: 29,7% contra 25,7% da média brasileira.
Comprometer mais da renda com aluguel também está relacionado ao tipo de família, de acordo com os dados da pesquisa. Está mais presente em lares de um morador só e mãe ou pai sozinho com filho. Nos casais com filhos, o aluguel pesa menos no orçamento.
Fonte: O Globo (17/12)