Os preços dos imóveis no país até subiram em agosto: 9,9% nos últimos 12 meses. Mas foi a primeira vez, desde a criação do FipeZap em 2012, que o índice registrou aumento inferior a 10%. Nos últimos nove meses, aliás, o índice vem apresentando desaceleração. Em julho, o acumulado foi de 10,4%. Esse é o primeiro mês que o índice é divulgado tendo como base informações de 20 cidades. Até julho, eram 16.
No mês, o índice se manteve praticamente estável, com alta de 0,68%, após variação de 0,6% em julho, e 0,5%, em junho. No ano, a variação mensal do preço do metro quadrado anunciado foi de 4,8% — valor 0,8% superior ao IPCA projetado para o período, se considerada a expectativa de inflação para agosto apurada pelo Boletim Focus, do Banco Central. No Rio, o índice mensal também se manteve estável, com alta de 0,47% em agosto, contra os 0,48% de julho. No acumulado do ano, a alta foi de 6,13%, atrás apenas de Goiânia (9,1%), Vitória (8,3%), Campinas (7,02%) e Fortaleza (6,68%). Já no acumulado de 12 meses, há desaceleração, com alta de 10,61%, contra 11,39% do mês anterior. A cidade ainda mantém o metro quadrado médio mais alto do país: R$ 10.749.
Mas em cinco das 20 cidades monitoradas houve queda real dos preços: Brasília (-1,07%), Porto Alegre (2,22%), Curitiba (0,01%), Santos (1,53%) e Contagem (2,92%).
— Há, sem dúvida, uma tendência de acomodação dos preços depois do crescimento dos últimos anos — avalia Bruno Oliva, economista da Fipe, acrescentando que a inclusão de quatro novas cidades não influenciou nos números do mês. — Essa inclusão é feita com rigor estatístico para impedir que haja distorções. O índice ficaria abaixo dos 10% de qualquer forma.
Para aluguel, o índice ficou em -0,08%, contra os de 0,35% em julho. É o quinto mês seguido de desaceleração na cidade. Em 12 meses, a alta é 7% e, no ano, de 5,12%. Em São Paulo, os números são ainda mais modestos: 0,15% em agosto, contra 0,19% no mês anterior, com alta de 4,5% em 12 meses e apenas 1,2% no ano.
Fonte: O Globo (03/09)