Contas de água e luz mais caras no verão são comuns. Mas e quando a diferença, nos gastos com a água, chega a ser três vezes superior no verão que no inverno é sinal de que algo está errado. Foi exatamente o que acendeu o sinal amarelo num condomínio em Vila Kosmos. O problema é que a cobertura do prédio, que tem apenas cinco imóveis, tem uma piscina privativa e os outros moradores têm certeza: são os gastos com a piscina os responsáveis por tamanha diferença.
Afinal, durante o inverno, quando a piscina praticamente não é usada, o consumo de água do prédio tem médias compatíveis para apartamentos de três quartos e três banheiros, como são os imóveis do prédio em questão. Como o morador da cobertura não reconhece que a culpada é a sua piscina, os outros moradores resolveram se organizar para resolver o problema. A intenção é alterar a convenção para incluir uma nova forma de rateio das contas de água, que seriam separadas da cota do condomínio e divididas em seis vezes, cabendo uma para cada apartamento tipo e duas para a cobertura. Mas qual será a melhor maneira de fazer isso? E se o proprietário da cobertura não aceitar a mudança no pagamento?
A solução é que dois terços dos condôminos reunidos convoquem uma assembleia extraordinária exclusivamente para votar a alteração da convenção e a nova forma de rateio das contas de água.
— Se for aprovada a alteração da convenção com a nova forma de rateio, o condômino proprietário da cobertura não poderá se opor ou recusar-se ao pagamento das despesas — explica o advogado Renato Anet, acrescentando que uma outra solução seria deliberar também sobre a instalação de hidrômetro individual para cada unidade, uma vez que o prédio é pequeno.
Fonte: O Globo (01/09)