A queda de uma marquise de um prédio os Jardins, zona sul paulistana, nesta quarta-feira, 13, matou um jovem e feriu outro. Danos nessas estruturas, de acordo com especialistas, são comuns e a falta de manutenção em edifícios é uma das principais razões dos acidentes.
“É bem comum e de modo geral é semelhante ao que provavelmente aconteceu: não tem aviso. A marquise em cima não tem caimento, empoça água e a água corrói a armadura. Quando não tem caimento e a marquise é plana, ou inclinada para dentro, fica sempre molhado”, diz Flávio Maranhão, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). “Do ponto de vista técnico, parece que a marquise que caiu tinha pouco aço. Se depois começar a botar peso, manta asfáltica, enchimento de concreto, tem uma hora que não aguenta.”
O sobrepeso da estrutura é a principal hipótese para a queda da marquise, segundo a seção paulista do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). A impermeabilização da estrutura acrescenta Maranhão, precisa ser trocada após alguns anos. “A vida útil da manta asfáltica é menor do que a do concreto. A manta, na manutenção, tem de ser trocada, não colocar outra por cima.” Com o período de chuvas, vale a pena checar se estruturas semelhantes em prédios e casa precisam de reparos. Confira três pontos para averiguar:
Trincas
Caso haja algum tipo de fissura na marquise, é essencial entrar em contato com o responsável técnico pela obra, ou contratar algum engenheiro, para verificar se é preciso fazer algum tipo de reforma ou reparo.
Água acumulada
Verifique se há algum tipo de infiltração na marquise. A água acumulada corrói o material da edificação. Sendo este o caso, é necessário colocar uma nova manta asfáltica. Deve-se remover a impermeabilização anterior, para que não haja acúmulo de peso, o que pode ocasionar a queda da marquise.
Excesso de peso
Colocar equipamentos ou entulhos em cima das marquises pode causar excesso de peso e comprometer a estrutura
Síndico
Caso haja alguma dúvida sobre a manutenção da marquise, o ideal é conversar com o síndico para que ele possa coordenar, junto ao engenheiro responsável técnico, um trabalho de reforma da estrutura.