O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou no dia 23/06, que a alta de 1% na margem do estoque de financiamento imobiliário para pessoas físicas ficou abaixo da média histórica. “O crescimento imobiliário mensal é pequeno para a modalidade, que geralmente tem altas mensais próximas a 2%”, comparou.
Ele lembrou que esse segmento atingiu o pico de crescimento em 2010, de 56%, e que a partir daí houve desaceleração desse mercado. Foi de 44% em 2011; de 35% em 2012; de 32% em 2013; e de 28% no ano passado. Em 12 meses até maio de 2015, a alta acumulada está em 24,5%. Essa desaceleração, de acordo com o técnico, é “natural”, até pela elevação da base.
Já as concessões de crédito imobiliário com recursos direcionados para Pessoas Físicas despencaram 29% em maio em relação ao mês anterior. Maciel comentou, no entanto, que variações mensais são comuns no caso de concessões e que, por isso, o melhor, é utilizar o dado acumulado. Nos primeiros cinco meses do ano, há uma alta de 0,9% e, em 12 meses, de 4,5%. “Para extrair significado econômico da série, é preciso verificar um intervalo maior, por isso essa taxa de 0,9% mostra que ainda há um arrefecimento ano a ano”, explicou.
O chefe de Departamento salientou que as medidas tomadas pelo BC no final do mês passado “com certeza” favoreceram recursos de crédito imobiliário. Além disso, comentou que, apesar de as taxas de juros de mercado desse segmento serem mais altas que as reguladas, ainda são “muito menores” do que as das demais modalidades. A taxa média de mercado ficou em 14,2% no mês passado, enquanto a regulada, em 9,5%, o que levou a geral para 10,1%. “Ainda é atraente”, constatou.
Maciel afirmou que a maioria das taxas de juros apresentaram elevação, seguindo o movimento de aperto monetário em curso. Segundo ele, a taxa de 57,3% ao ano para as pessoas físicas é a maior para a série iniciada em março de 2011. Ele destacou ainda que as taxas do rotativo do cartão de crédito apresentaram elevação expressiva, um avanço de 54,9 ponto porcentual em 12 meses, chegando a 360,6% ao ano, um recorde.
Fonte: Estadão Conteúdo (24/6/15)