Com os hotéis praticamente ocupados no Rio de Janeiro para as Olimpíadas em agosto, o aluguel de imóveis ou quartos por temporada passa a ser a principal alternativa aos turistas que ainda não têm acomodação, com preços que podem chegar a cerca de 30 mil reais por dia em sites especializados.
As opções vão de aluguel de quarto em favelas a mansões de luxo em bairros de alto padrão na cidade. Mas também há quem aproveite para supervalorizar seu imóvel no momento em que todas as atenções estarão voltadas para o Rio de Janeiro.
Filipe Passos, bancário, pretende embolsar 20 mil reais durante as Olimpíadas com seu modesto apartamento em Ramos, bairro da zona norte próximo ao aeroporto internacional, mas distante dos pontos turísticos e dos locais de competições dos Jogos Olímpicos.
Passos, que vai morar com a mãe caso consiga alugar seu apartamento, acredita que é um valor razoável para acomodar oito pessoas durante as cerca de duas semanas de jogos, mas ainda não houve procura, um mês após ter publicado o anúncio na internet.
Pelo mesmo preço, Marcelo Tepedino Hernández já alugou um apartamento no Arpoador, na zona Sul, região mais valorizada da cidade, para um grupo da Nova Zelândia depois de ter recebido várias consultas de interessados.
“A diária do Carnaval e Réveillon é rigorosamente igual à das Olimpíadas. A diferença é que agora será por um período mais longo”, afirmou Hernández. Ele também anunciou uma casa de alto padrão no Leblon, um dos bairros mais caros do Brasil, com uma diária de 20 mil reais, mas ainda não teve procura depois que um norte-americano com quem faria negócio desistiu em fevereiro por causa do surto do vírus Zika na cidade.
Já Gustavo Falcão, que anunciou 16 imóveis no Rio de Janeiro na internet, afirmou que 30 por cento deles já estão alugados, a um preço até quatro vezes mais alto do que o normal.
“Eu vou alugar tudo, mesmo que tenha que regular o preço”, acredita. Caso reveja os valores, Falcão acredita que vão ficar pelo menos três vezes mais caros do que o normal.
Para ele, o crescimento do vírus Zika e a crise econômica brasileira espantaram um pouco os interessados, que sumiram entre fevereiro e o início de junho. Agora, segundo ele, a procura voltou a se intensificar.
A alta dos preços dos imóveis por temporada ocorre no momento em que o valor do aluguel residencial no Rio tem queda acumulada de 10 por cento nos 12 meses encerrados em maio, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15).
Fonte: Reuters