Segundo informações do Banco Central, em abril os brasileiros retiraram R$ 5,85 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança – a pior captação para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. No mês de março a poupança já havia registrado uma retirada líquida de R$ 11,44 bilhões.
O presidente da ABECIP, Octavio de Lazari, afirmou que a caderneta de poupança, deverá perder cerca de R$ 50 bilhões em recursos neste ano, comprometendo os desembolsos para o crédito imobiliário. Ainda, segundo Lazari, os recursos da poupança já estão comprometidos em alguns bancos, mas várias instituições financeiras ainda têm dinheiro suficiente para atender à demanda de seus clientes em 2015.
Apesar de não ter informado quais são estas instituições, a Caixa Econômica vem anunciando desde o último mês uma série de alterações para concessão de financiamento de imóveis, reflexo desta escassez. Dentre elas, o aumento da taxa de juros, a alteração do percentual de financiamento (LTV) de 80% para 50% para aquisição de imóveis usados SFH e de 70% para 40% para imóveis SFI. Para imóveis novos não foi anunciada nenhuma alteração.
Mesmo não tendo divulgado outras alterações, na prática não é isso que os consumidores estão encontrando, pois recentemente a Caixa suspendeu o financiamento imobiliário para a aquisição de imóveis hipotecados a outras instituições financeiras, independente de novos ou usados. Diversos consumidores foram surpreendidos com esta notícia, quando estavam na agência para assinar o contrato de financiamento imobiliário. A informação também foi confirmada por correspondentes bancários.
Caso se confirme a estimativa da ABECIP e a caderneta de poupança continue a perder recursos como perdeu nos primeiros meses do ano, a perspectiva é que a Caixa, antes de terminar o ano, esteja financiando somente imóveis novos, como o SFH e o SFI, que não estejam hipotecados a outros agentes e imóveis com recursos do FGTS.
Fonte: Administradores.com (29/5/15)