Calcular os custos de um financiamento imobiliário é muito mais complexo do que dividir o valor do imóvel pelo número de parcelas. Com seguros, juros e taxas envolvidas na operação, fazer esse tipo de conta é uma brincadeira mais indicada para quem é da área de exatas.
Se esse não for o seu caso, nós te damos uma forcinha. EXAME.com acaba de lançar a ferramenta “Simulador de financiamento imobiliário (Sistema SAC)”, desenvolvida em parceria com o Canal do Crédito, site que compara custos de diferentes operações de crédito.
A ferramenta permite calcular os custos envolvidos no financiamento, o valor final da operação e o tamanho das parcelas. Clique aqui para acessar.
Para fazer a simulação, é preciso incluir as seguintes informações: valor do imóvel; valor de entrada; taxa de juros do financiamento; prazo da operação (em meses); e a sua idade, ou a idade do comprador mais velho, caso o financiamento seja feito por mais de uma pessoa.
Um dos diferenciais da ferramenta é a apresentação do valor exato de cada uma das prestações que serão pagas. Assim, se o prazo for de 360 meses, por exemplo, é possível checar o valor da 180ª parcela para saber quanto você pagará na metade do financiamento.
Outro dado interessante é o valor total, que permite observar a enorme diferença entre o valor da compra à vista e o valor financiado.
Ao simular um financiamento de um imóvel de 500 mil reais (com entrada de 100 mil reais, juros de 8% ao ano, prazo 360 meses, para um comprador de 30 anos), por exemplo, a ferramenta mostra que o custo final da operação é de 983.073,46 reais.
Nesse caso, o valor total pago representa um acréscimo de 96% em relação ao valor à vista, ou quase o dobro do preço do imóvel.
No mesmo exemplo, ainda, a ferramenta mostra que a primeira parcela será de 4.161,44 reais, a 180ª parcela, na metade do financiamento, será de 2.779,63 reais e a última prestação será de 1.187,54 reais.
Também é possível checar qual será o saldo devedor do financiamento em cada mês, que indica qual seria o valor necessário para quitar a dívida antecipadamente.
Dados sobre a ferramenta
Os cálculos da ferramenta são realizados pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), o tipo de financiamento mais usado pelos bancos atualmente.
Nesse sistema, o valor da dívida amortizado mês a mês é constante, mas os juros pagos nas parcelas iniciais são maiores e vão diminuindo ao longo do tempo. Assim, os valores das prestações – que incluem a amortização do saldo devedor, os juros e outros encargos-, são decrescentes.
Segundo disposição do Banco Central (BC), todo financiamento deve incluir o pagamento de dois seguros obrigatórios: o seguro para Morte e Invalidez Permanente (MIP), que quita o saldo devedor do financiamento em caso de falecimento do mutuário ou em caso de invalidez; e o seguro de Danos Físicos do Imóvel (DFI), que cobre prejuízos causados ao imóvel por fatores externos.
Para a ferramenta, portanto, o Canal do Crédito considerou os valores médios cobrados pelas principais seguradoras que atuam na oferta do MIP e do DFI nos financiamentos de imóveis.
Outra norma do BC permite aos bancos cobrar uma taxa de administração de até 25 reais por mês pela gestão do financiamento. Apesar de ficar a cargo das instituições a decisão de cobrar ou não essa taxa, na maioria esmagadora dos contratos de financiamento a taxa é aplicada, e pelo seu valor máximo, segundo o Canal do Crédito.
Dessa forma, a ferramenta também inclui nos cálculos a taxa de administração mensal de 25 reais.
Fonte: Exame.com (6/4/15)