13 de janeiro de 2015
Com a virada de ano, é comum traçar metas para serem cumpridas ao longo dos meses. A compra do primeiro imóvel é um dos maiores desejos dos brasileiros e especialistas em finanças pessoais recomendam planejar com muito cuidado antes de dar esse passo. No momento de decidir pela compra, o mais importante, segundo o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, é fazer um orçamento com todas as despesas e dívidas da família, para ter certeza de qual a capacidade de investimento.
“É importante sonhar e traçar objetivos, mas uma pessoa que ganha R$ 2 mil não pode buscar comprar um imóvel de R$ 1 milhão. Tem que começar com algo de R$ 100 mil ou R$ 200 mil”, disse Domingos.
Em caso de optar por financiamento, Domingos recomenda não antecipar os vencimentos. “Se fizer uma dívida de 30 anos, honre-a. Não a antecipe; use ou guarde o dinheiro para outros gastos estratégicos”, recomendou.
O diretor de Incorporação da Brookfield Incorporações, José de Albuquerque, previne que, se a compra for para imóveis na planta (em construção), o cliente deve ficar atento às parcelas anuais. Além de manter sua capacidade de crédito adequada ao momento de maior desembolso, que será na entrega do imóvel. “Em geral, para imóveis residenciais, o comprador deverá se preparar para uma entrada de 10% a 12%, pagamento de 20% durante a obra e financiamento de 70% após a entrega do imóvel”, disse.
Albuquerque destaca também que, se o imóvel estiver pronto, vale a pena recorrer a um financiamento bancário, já que hoje as taxas de juros para financiamento imobiliário estão atrativas. “Dependendo da capacidade de crédito de cada cliente, ele poderá financiar até 80% do valor do imóvel e ainda incluir no financiamento as despesas com Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e cartório”, completou.
Aluguel pode ser um caminho melhor que o financiamento
É comum ver as pessoas planejarem sair do aluguel e ter a casa própria, mas segundo a sócia-diretora da Libratta Finanças Pessoais, Gabriela Carneiro, o preço da compra com financiamento pode sair muito mais alto. “Uma conta que poucas pessoas fazem é multiplicar o valor das parcelas pelo número de vezes que vai pagar. O imóvel, em alguns casos, sai três vezes mais caro”.
Para quem não tiver condições de comprar à vista ou em poucas parcelas, Gabriela aconselha a ficar no aluguel e poupar a quantia que iria para pagar as prestações, até ter condições de fazer o investimento em condições mais vantajosas.
Segundo o vice-presidente comercial da VivaReal, Lucas Vargas, para quem ainda tiver dúvidas sobre as condições de alugar ou comprar, é preciso comparar os dois casos, sendo que o valor do aluguel não deve ultrapassar 0,5% do preço do imóvel.
A conta básica para quem tiver uma poupança também é se vale fazer um empréstimo para completar o valor ou fazer uma aplicação e pagar o aluguel com os juros”, disse Vargas.
Fonte: Brasil Econômico – Uol (12/01)