22 de dezembro de 2014
Nos últimos 12 meses, o metro quadrado dos imóveis em Copacabana registrou valorização de 12,2%, chegando em novembro a R$ 12.479. O percentual, um dos mais altos entre os bairros da Zona Sul, segundo pesquisa feita pelo FipeZap com exclusividade para o Morar Bem, fica acima até da média da cidade, de 8,4% no mesmo período.
— Copacabana é um bairro central, com boa localização na cidade, não muito distante de Ipanema e Leblon e bem servido pelo metrô. Então, a hipótese mais provável é que tenha chamado a atenção daquelas pessoas que já não podem pagar os altos preços de Ipanema e Leblon e, por isso, se valorizou mais — observa Eduardo Schaeffer, CEO do Zap Imóveis, portal que tem seus anúncios usados como base para a pesquisa do índice de preços.
De fato, outros bairros badalados da área mais valorizada da cidade tiveram percentuais abaixo da média geral do Rio, mas ainda acima da inflação, que ficou em 6,5%. No Leblon, o metro quadrado mais caro do país (R$ 21.314), a valorização foi de 8,2%. Mesmo percentual alcançado pelo Jardim Botânico, onde o metro quadrado chegou a R$ 15.620. Em Botafogo, a variação foi de 7,8%; no Flamengo, 6,7% e, em Ipanema, 5,5% — único abaixo da inflação.
Para Josué Madeira, diretor nacional de Imóveis Prontos da Brasil Brokers, a redução na demanda por imóveis na Zona Sul é a principal explicação para a menor variação na região:
— Onde a valorização foi mais forte, a estabilidade também vai ser percebida mais rapidamente. Mas, de forma geral, o mercado este ano foi muito difícil. A incerteza da economia deixa as pessoas reticentes em fechar negócio.
Ainda assim, os vendedores ficaram mais abertos a ouvir propostas. E aqueles que não podem esperar para vender, porque precisam do dinheiro, acabam aceitando baixar o preço ou fazer um desconto que esteja acima dos 5% de praxe sobre o preço inicialmente pedido.
E a tendência, segundo Schaeffer, é que esses ajustes continuem. No primeiro semestre do próximo ano, a expectativa é que os preços variem abaixo da inflação, o que significaria uma queda real, mas nada muito abrupto:
— A gente já vem vendo esses ajustes ao longo deste ano e, pelo cenário da economia, é muito provável que eles continuem no início de 2015. Mas se a nova equipe econômica fizer os ajustes que está prometendo, o humor do mercado pode melhorar, os investidores tendem a voltar e, a partir do segundo semestre, os preços podem até voltar a se recuperar.
Fonte: O Globo (21/12)