Em cinco anos, metade dos condomínios brasileiros estará sob a batuta de um síndico profissional. A falta de pessoas qualificadas para o trabalho é um dos principais indicativos de um forte nicho de carreira.
A promessa de boas oportunidades profissionais em tempos de desemprego superior a 8% no Brasil pode ser animadora para quem pensa em transição de carreira. Mas não é só a demanda de mercado que deve pesar na decisão. Há que se ter perfil para a função, afinal, quem mora em prédio sabe que síndicos precisam administrar divergências entre condôminos, entre outras adversidades. Ponderar demandas e priorizar ações tendo em vista o bem comum pode ser bastante desafiador.
Já em relação às competências técnicas, conhecimentos nas áreas administrativa, jurídica e de engenharia ajudam. Experimentar a carreira pode estar mais perto do que muitos imaginam. Tudo pode começar na assembleia de moradores do próprio condomínio, caso o profissional more ou trabalhe em um.
Foi assim com o engenheiro Salvator Licco Haim. Depois de vender sua indústria de máquinas para lavar pisos para um grupo multinacional e de empreender, sem sucesso, na área de tecnologia, Haim se viu ocioso e acabou se tornando síndico do prédio em que mora.
“Vi que ser síndico não era simples e fui fazer um curso para melhorar o meu trabalho. Lá, percebi que podia ser uma ocupação interessante para complementar a renda”, diz.
Na sua opinião, o caminho feito por ele é a melhor alternativa para quem se interessa pela profissão. “A melhor coisa é começar se candidatando como síndico do prédio onde mora”, diz.
Apostar na rede de relacionamentos do próprio bairro também pode ajudar a encontrar oportunidades de trabalho. “Conversar com amigos, síndicos de prédios vizinhos, oferecer ajuda pro bono pode ser uma alternativa para começar a carreira”, diz.
Cursos de formação também são importantes porque fortalecem o networking e dão justamente as noções administrativas, jurídicas, de arquitetura, engenharia e de gestão de pessoas necessárias ao trabalho.
Remuneração pode ser (bem) atrativa
Haim afirma que a renda garantida com os serviços de síndico profissional é razoável, tendo em vista o fato de que um dia por semana é o bastante para dar conta do trabalho em um condomínio.
O valor médio cobrado a título de honorários para condomínios de até 200 unidades é de R$ 4,5 mil. Mas, é possível também ter remunerações altas com ampliação da prestação de serviços.
Fonte: Revista Exame