O mercado dos fundos imobiliários listados em bolsa apresentou piora no mês de março. O retorno médio de todas as carteiras com negociação de cotas no mês passado, ponderado por valor de mercado, ficou negativo em 0,91%, conforme mostram os dados da Quantum, provedora de informações financeiras. Em fevereiro, o retorno também tinha sido negativo, em 0,10%. O cálculo captura o efeito da variação das cotas no mercado secundário e o pagamento de rendimentos aos cotistas. Mesmo com a piora nos dois meses, a rentabilidade no primeiro trimestre ficou positiva em 1,23% e, em 12 meses, alcançou 3,51%.
O segmento de escritórios comerciais, o principal dessa indústria, pesou sobre o desempenho no acumulado de 2015 por apresentar rendimento negativo de 0,31% no período. Em 12 meses, o prejuízo ficou em 3,10%.
Considerada apenas a distribuição dos dividendos, o rendimento percentual médio dos fundos imobiliários atingiu 0,90% em março e 2,68% no trimestre. Em 12 meses, o “dividend yield” chegou a 10,71%.
Tendo em vista que os rendimentos distribuídos pelos fundos imobiliários são isentos, quando respeitadas condições como a negociação em bolsa e um mínimo de 50 cotistas, as carteiras continuam a apresentar vantagem em relação ao principal referencial da renda fixa. O Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) teve variação de 1,04% em março e de 2,81% no trimestre. Descontando-se a menor alíquota de imposto de renda, de 15%, uma aplicação que paga 100% do CDI teria rendido 0,88% no mês passado e 2,39% nos primeiros três meses do ano.
Ainda que siga atrativo em termos de renda e as cotas continuem com valores depreciados em bolsa, esse mercado permanece com um ritmo morno. Não bastando a ausência de ofertas de fundos, a indústria encolheu, passando de 127 carteiras listadas em bolsa ao fim de 2014 para 125 em março deste ano, conforme dados da BM&FBovespa. Há, contudo, oito ofertas em andamento na bolsa, que somam um total de R$ 1,45 bilhão.
E a interrupção em fevereiro de quatro meses seguidos de crescimento do número de investidores pessoas físicas ganhou força em março, com o total de participantes desse mercado recuando de 91.976 para 91.269. O número segue como o menor desde o registrado em outubro de 2012 (58.460).
Pelo lado positivo, o volume financeiro dos fundos imobiliários listados voltou a subir, ao passar de R$ 327 milhões em fevereiro para R$ 499 milhões em março, maior giro mensal desde fevereiro de 2014. O número de negócios também despontou, de 58.446 para 103.671 em igual período de comparação.
Fonte: Valor Econômico (23/4/15)