O aperto nos juros e a desaceleração econômica de 2013 para cá foram tão cruéis com os fundos imobiliários que eles ficaram baratos, segundo especialistas. O valor de mercado dos chamados fundos de investimento imobiliário (FIIs) está 30% abaixo do seu patrimônio, o maior desconto já registrado.
Analistas acreditam que a depreciação oferece uma oportunidade, uma vez que a restrição ao crédito imobiliário, o fim do ciclo de alta de juros e o freio nos lançamentos de imóveis devem dar novo impulso aos preços de apartamentos e escritórios em futuro próximo. Mas eles advertem que o segmento continua sendo de alto risco, devido à conjuntura econômica e à grande diferença de qualidade entre os fundos. O jeito, segundo especialistas, é escolher com lupa o ativo e diversificar a carteira.
Os FIIs adquirem imóveis, sejam residenciais, comerciais ou mesmo espaços em shoppings, e costumam distribuir periodicamente aos cotistas a renda obtida com aluguéis. Dos 263 FIIs registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 125 têm cotas listadas em Bolsa, onde o investidor pode revender sua participação com lucro ou perda, dependendo das cotações.
É nesse rol de fundos listados que a capitalização fechou março em R$ 25,3 bilhões, ou 70% do valor (R$ 36,2 bilhões) dos imóveis de sua carteira, segundo o mais recente boletim da BM&FBovespa. Essa relação era de 85% no fim de 2013 e de 105% em 2012 — quando os fundos valiam mais do que suas carteiras.
Fonte: O Globo (18/5/15)