O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) ficou em 0,15% em agosto. A taxa desacelerou ante o 0,18% registrado em julho. O Bradesco esperava um resultado ainda menor, de 0,09%. Em igual mês do ano passado, a taxa foi de 0,28%. Em doze meses, a alta acumulada é de 11,49%. No acumulado do ano, a variação é de 6,25%.
O dado da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é o mais usado nos reajustes de contratos de aluguel no país. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral passou de deflação de 0,01% em julho para leve alta de 0,04% em agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% na taxa geral, acelerou de 0,29% para 0,40%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) recuou com força, passando de 1,09% para 0,26%.
Dentro do IPA, o índice relativo a bens finais registrou variação de 0,15% em agosto ante 1,41% no mês anterior, graças ao recuo do subgrupo alimentos processados, que desacelerou de 3% para 0,27%. Com a exclusão dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, o índice variou 0,22%, bem abaixo do 1,22% de julho.
Ainda no IPA, o grupo bens intermediários ficou em -0,36%, abaixo do 0,28% de julho. O subgrupo materiais e componentes para a manufatura passou de 0,29% para -0,76%. Sem incluir combustíveis e lubrificantes para a produção, a variação foi de -0,50% ante 0,27% em julho.
No estágio inicial da produção, o grupo matérias-primas brutas registrou 0,34%, acelerando ante a deflação de 1,96% de julho. Os itens que mais contribuíram para esse resultado foram milho em grão (-11,19% para 5,27%), minério de ferro (-9,17% para 3,21%) e laranja (-4,50% para 5,12%). No sentido contrário, os destaques ficaram por conta de soja em grão (-3,68% para -8,51%), bovinos (0,59% para -1,70%) e café em grão (4,99% para -0,20%).
Alimento em alta
Seis das oito classes de despesa do IPC registraram alta em agosto. A principal contribuição foi de alimentação, que passou de 0,44% para 0,66%, com destaque para frutas, item que passou de deflação de 11,91% em julho para alta de 2,10% em agosto.
A aceleração do índice de preços também foi registrada em transportes (-0,04% para 0,27%); saúde e cuidados pessoais (0,67% pra 0,76%); educação, leitura e recreação (0,62% para 0,83%); comunicação (0,16% para 0,39%); e vestuário (-0,07% para 0,07%). Os destaques em cada uma dessas classes ficaram, respectivamente, com gasolina (-1,02% para 0,16%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,11% para 1,98%), show musical (2,08% para 9,29%), tarifa de telefone móvel (0,19% para 1,46%) e roupas (-0,27% para -0,04%), respectivamente.
Já habitação (0,13% para 0,01%), com destaque para condomínio residencial (0,48% para -0,30%), e despesas diversas (0,58% para 0,10%), puxada por alimentos para animais domésticos (2,51% para 0,20%), desaceleraram na passagem de julho para agosto.
Dentro do INCC, o índice relativo a materiais, equipamentos e serviços subiu 0,26%, acelerando ante o 0,12% de julho. A taxa que representa o custo da mão de obra também ficou em 0,26%, recuando com força ante o 1,93% do mês anterior.
O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência e é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis.
Fonte: O Globo