O setor imobiliário parece ter descoberto no retrofit de edifícios corporativos uma boa opção de investimento. Desde 2011, pelo menos 29 prédios foram retrofitados e entraram no mercado de locação da cidade, mostra pesquisa feita pelo Buildings, especializado em pesquisa imobiliária corporativa. E há pelo menos outros 11 empreendimentos que devem ser entregues até 2016 já passando pelo processo de reforma, que mantém as fachadas originais, mas moderniza toda a parte operacional do imóvel como elevadores, sistemas de ar condicionado, elétrica, hidráulica.
— Esse é um movimento bem carioca. Em São Paulo, quando os terrenos acabam em determinada região, o setor corporativo começa a investir em novas áreas. Foi assim com a Faria Lima, com Berrini. No Rio, isso acontece menos. E como quase não há terrenos na região central, o retrofit surge como solução. Até porque o carioca tem orgulho da arquitetura da cidade e resiste a prédios em estilo americano, espelhados e enormes — avalia Gerson Rodrigues, coordenador da pesquisa.
Desde 2011, quando a onda de retrofits começou no Rio, a cidade já ganhou mais de 300 mil metros quadrados de espaços corporativos que estavam até então fechados, como no caso do Edifício Manchete, na Praia do Flamengo, ou subutilizados. Mas será que há demanda para tantos imóveis corporativos na cidade?
— Realmente, a demanda já não está tão aquecida, tanto que 40% desse total já entregue ainda estão vazios. Vai ser uma ocupação lenta — diz Rodrigues, do Buildings.
Fonte: O Globo (19/08)