Acomodado em sua poltrona no auditório, o engenheiro carioca Lucas Herdy via com atenção redobrada o que seria apenas uma fonte de renda esporádica se transformar em um ótimo negócio. Hoje, o imóvel de um quarto em Copacabana rende à família, em média, 5 000 reais por mês.
O engajamento de Herdy é a prova concreta de que a atividade de locatário de temporada definitivamente decolou no Rio. Tanta opulência põe o Rio entre as dez cidades mais importantes do mundo. No Brasil, somos líderes absolutos em oferta de acomodação, concentrando uma em cada três unidades disponíveis no país — São Paulo e Florianópolis ocupam a segunda e a terceira colocações. E a expectativa é que a capital fluminense ganhe ainda maior relevância no ranking global. Uma poderosa alavanca serão os Jogos Olímpicos.
Apenas no período da Olimpíada, entre 5 e 21 de agosto, já foram efetuadas 7 500 reservas por hóspedes de 54 países. Durante a competição, a diária de um apartamento para duas pessoas em Ipanema sai por aproximadamente 1 800 reais. Em abril, uma diária no mesmo padrão fica em torno de 700 reais.
O aluguel de imóveis por temporada também ganha relevância quando se considera o atual cenário econômico do país. Nesse aspecto, contam a favor, por exemplo, o real desvalorizado, que torna as estadas por aqui mais baratas para estrangeiros, principalmente os de orçamento mais limitado, como jovens e casais que viajam com filhos.
No caso dos turistas brasileiros, com as contas combalidas pela crise econômica, a estadia em um apartamento alugado derruba consideravelmente o custo de uma viagem, principalmente se as despesas forem rateadas entre amigos e familiares.
E, para os cariocas que dispõem de espaço ou imóveis desocupados, o aluguel temporário passa a ser um gerador de renda complementar. Em alguns casos, a fórmula funciona tão bem que o que era para ser um ganho esporádico se torna a principal fonte de ganhos.
Aventurar-se no mundo dos aluguéis por temporada requer traquejo e jogo de cintura para lidar com imprevistos. Apesar de os proprietários ressaltarem que, na imensa maioria das vezes, as locações transcorrem exatamente como o previsto, há exceções.
Especialistas no assunto costumam dar algumas dicas que, se não evitam completamente, pelo menos reduzem os riscos de contratempos. Recomenda-se, por exemplo, atenção às reservas feitas em cima da hora, para estadas muito curtas ou de hóspedes da mesma cidade. Vários casos de roubo e depredação estão ligados a transações com essas características. Outra precaução é optar por inquilinos que utilizem regularmente o serviço e tenham avaliação positiva de outros anfitriões. E, por fim, vale a pena perder alguns minutos pesquisando o perfil dos locatários nas redes sociais — o que, no mínimo, é útil para estabelecer uma relação de empatia com o futuro cliente.
Fonte: Veja Rio