Pela primeira vez em seis anos, o preço médio dos imóveis usados está subindo menos do que a inflação
Os preços dos imóveis usados em 20 cidades brasileiras aumentaram, em média, 5,25% nos últimos 12 meses, até abril. A inflação nesse período foi bem superior: acima de 8%.
Entre as capitais, só em Vitória, com mais de 11% de aumento e em Goiânia, com quase 10%, os imóveis se valorizaram acima da inflação. Em Porto Alegre, a variação foi de 7%. Em São Paulo de 6% e no Rio, de 4%. Em Curitiba, os preços subiram menos de 1%. E em Brasília eles caíram, 1,34%.
Um apartamento de três dormitórios. Um deles, suíte. Mais um espaço junto ao lavabo, normalmente usado como escritório. Uma boa sala, com dois ambientes, que na verdade se prolonga em um terceiro, a varanda gourmet, muito procurada, hoje em dia. No total, 110 m². Mais duas vagas na garagem, piscinas, quadras, academia, salões de festas. Difícil é vender. Pelo menos pelo preço que o dono tem pedindo.
Fernando começou pedindo R$ 950 mil, há seis meses. Há dois, baixou para R$ 900 mil. Agora, já fala em R$ 850 mil. Até hoje não teve nenhuma proposta concreta, diz o corretor.
“Se chegar com dinheiro, dá pra fazer negócio sim, eu dobro ele”, diz o corretor do apartamento.
Não que o Fernando vá ter prejuízo: “Esse imóvel aqui eu comprei em 2008. Paguei R$ 320 mil”, diz o proprietário.
Segundo o coordenador da pesquisa da Fipe, a valorização dos imóveis foi mesmo acelerada nos últimos anos, no ritmo da economia. Agora, a desaceleração segue a mesma lógica. E a pesquisa, encerrada em abril, ainda nem refletiu a restrição ao crédito imobiliário anunciada pela Caixa Econômica Federal.
“Com menos demanda, menos gente capaz de comprar um imóvel, você tem uma pressão negativa nos preços. A tendência é que a gente continue vendo esse movimento de queda”, diz Eduardo Zylberstajn, coordenador da pesquisa FipeZap.
Fonte: G1 (8/5/15)