Com desemprego, crise e inflação em alta, quem paga aluguel sente as despesas gerais aumentarem mensalmente. Negociar o valor da moradia pode ser opção, pois a oferta de imóveis é grande na região. Uma pesquisa do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) aponta que o valor do aluguel residencial vem caindo. Na Capital, nos últimos 12 meses, a queda foi de 1,8%. No mesmo período, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 6,97%.
Para aqueles que têm contrato prestes a encerrar, pode ser o momento de conversar com o locador para obter melhores condições no aluguel. O dono da casa deve considerar se o inquilino é bom pagador e se compensa ficar com espaço vazio por algum tempo, deixando de receber o pagamento e ainda tendo que arcar com despesas como condomínio e de impostos.
O medo de ficar com o apartamento mobiliado desocupado por muito tempo, pagando todas as contas do local, fez com que Adriana Minhoto pensasse na redução do valor assim que o inquilino deixou o imóvel. “Foi muito difícil alugar no ano passado, mas, neste ano sinto que está pior. Não tem tido procura”, lamenta.
Especialista em Direito Imobiliário, o advogado Antonio Sérgio Aquino Ribeiro alerta que, para deixar o imóvel, a pessoa tem de pôr tudo no papel. “Se num contrato de três anos a pessoa já cumpriu uma parte e acha um apartamento R$ 1 mil mais barato, tem que considerar o valor da multa contratual, quanto gastará para mudar e as adaptações necessárias para essa mudança. Somando tudo, se o valor do contrato atual for superior, financeiramente vale a troca”.
Outro ponto que pode contar a favor é o histórico de bom pagador. “O locatário não vai querer perder um inquilino que sempre pagou bem. Ele pode ter uma situação que compense menos, ganhando 0,4% do valor do imóvel, ao invés de 0,7%, mas não terá problemas”, analisa Carlos Meschini, diretor regional do Secovi-SP. “O importante para as duas partes é ter bom senso, para que o negócio seja bom para todos”, analisa Ribeiro.
Fonte: A Tribuna (25/8/15)