Mesmo diante da menor velocidade de venda e da comercialização em baixa, os imóveis seguem em valorização em Minas Gerais. Com a justificativa de que os custos estão nas alturas, às construtoras não tem arredado o pé na hora da precificação e até mesmo lançado menos para não aumentar a oferta de apartamentos, o que poderia levar a uma natural depreciação. Como resultado, muitas imobiliárias estão saindo do mercado ou buscando se associar as grandes redes como alternativa de sobrevivência.
Segundo os últimos dados da pesquisa do mercado imobiliário de Belo Horizonte, feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead/ UFMG), houve valorização dos imóveis da ordem de 5,32% no acumulado de 12 meses ate abril. Já a velocidade de vendas ficou em 9,17% no mesmo período. O percentual e bem mais baixo do que os 17,37% que chegaram a ser registrados no ano anterior.
“As construtoras estão puxando os valores dos imóveis para cima e os proprietários de apartamentos avulsos seguem a mesma tendência”, afirma a vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes.
Ela explica que uma desvalorização dos imóveis seria inviável para os empresários, uma vez que os custos de construção tem seguido em alta, resultado dos aumentos seguidos na mão de obra, terrenos e materiais de construção, todos os insumos básicos para o setor.
Ainda segundo Cássia, a tendência e que os imóveis sigam em valorização nos próximos meses. Até porque as construtoras têm reduzido o numero de lançamentos, o que faz com que a oferta fique baixa da mesma forma que a demanda.
Sem sobras, os preços não sofrem alterações. De fato, segundo dados do Monitor da Construção Civil, o Índice de Atividade da Construção Imobiliária (Iaci), que leva em conta a metragem dos imóveis em obras, recuou 26,9% em maio em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Ou seja, o numero de imóveis em construção esta reduzindo em Minas Gerais.
Segundo o conselheiro do CMI/Secovi Ariano Cavalcanti de Paula, do lado das imobiliárias não há mais espaço para reduzir margens, o que seria uma outra forma de garantir preços mais atrativos. “Esse processo de acomodação do mercado e algo que já segue desde 2013. Então, quem tinha que abrir mão de margem já o fez”, afirma.
O problema maior e que a equação preços em alta e economia em baixa tem apresentado como resultado um ano extremamente difícil para as imobiliárias. Diante desse cenário, muitas imobiliárias de menor porte estão em vias de fechar as portas ainda neste ano. Antes do suspiro final, muitas empresas estão buscando outras alternativas. Uma delas é a busca pelo cooperativismo. Ou seja, várias imobiliárias estão se associando em redes de grande porte.
Fonte: Diário do Comércio – MG – Belo Horizonte (16/6/15)