As vendas de imóveis usados reagiram, depois de dois meses de queda, e cresceram 15,25% em maio no Estado de São Paulo. O saldo acumulado das vendas, de janeiro a maio, é positivo em 2,93%, segundo pesquisa feita com 1.170 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP).
As imobiliárias pesquisadas venderam 60,49% dos imóveis por meio de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) e dos bancos privados, 36,34% com pagamento à vista, 1,95% com financiamento direto dos proprietários e 1,22% com cartas de crédito de consórcios.
– O comportamento das vendas de imóveis usados até maio seguiu o padrão usual do mercado, com meses de baixa seguidos de alta, mas o crescimento continuou baseado nos financiamentos que, a partir desse mês, devem ter sofrido o impacto das restrições criadas pela Caixa – afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. No início de maio, os financiamentos com recursos da poupança tiveram uma redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel no SFH e de 70% para 40% no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
O comportamento do mercado de imóveis usados em maio não foi uniforme nas quatro regiões que compõem a pesquisa do Creci-SP. Houve crescimento nas vendas em relação a abril no litoral (+ 18,61%) e no interior (+ 42,13%) e queda na capital (- 4,43%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (- 10,93%).
As 1.170 imobiliárias que o Creci-SP pesquisou nas 37 cidades do estado venderam em maio 51,46% do total em apartamentos e 48,54% em casas. Os proprietários concederam descontos sobre os preços originais de venda de 5,94% nos bairros de periferia; de 7,89% nos bairros de regiões centrais; e de 9,96% nos bairros de áreas nobres.
As casas e apartamentos com valor final de até R$ 300 mil foram os imóveis que as imobiliárias mais venderam no período, com 61,71% do total de contratos fechados. Na divisão das vendas por faixas de valor, predominaram os imóveis de até R$ 3 mil o m², que somaram 48,84% do total.
Locação de casas supera a de apartamentos no estado
A locação de casas e apartamentos teve a terceira queda seguida no ano, de 5,3%. De janeiro a maio, porém, o saldo acumulado das locações é positivo em 37,99%. O presidente do Creci-SP aponta o arrocho na renda das famílias com o aumento da inflação e o enxugamento dos orçamentos domésticos por temor ao agravamento da crise como causa principal da retração na procura por casas de aluguel.
– Três meses seguidos de queda indicam um provável desajuste entre os valores pedidos pelos proprietários e a capacidade de pagamento de quem busca imóvel para alugar – pondera Viana Neto.
Ainda segundo ele, os ajustes que o país está enfrentando se reproduzem em todos os setores, e o mercado imobiliário não é nem será exceção.?
As imobiliárias que o Creci-SP consultou alugaram 56,41% em casas e 43,59% em apartamentos, nas 37 cidades pesquisadas e receberam o número de chaves de volta equivalente a 88,62% do total de novas locações de maio.
A maioria das novas locações teve o fiador como garantidor do pagamento em caso de inadimplência (58,18%), seguido pelo depósito de três meses do aluguel (19,33%), pelo seguro de fiança (12,78%), e pela caução de imóveis (6,88%). Houve ainda contratos formalizados sem garantia (1,81% do total) e com cessão fiduciária (1,02%).
O mercado de locação residencial registrou resultados negativos em três das quatro regiões em que é feita a pesquisa do Creci-SP. A queda em maio foi de 7,77% na capital; de 3,79% no interior; e de 5,48% nas cidades da região do A, B, C, D mais Guarulhos e Osasco. No litoral, o número de novas locações foi 13,25% superior ao de abril.
Como vem acontecendo seguidamente, o imóvel com aluguel de até R$ 1.000 também foi o preferido dos inquilinos – as casas e apartamentos dessa faixa de valor representaram 55,76% do total de novas locações contratadas nas 1.170 imobiliárias pesquisadas.
Segundo a pesquisa, os proprietários concederam descontos sobre os aluguéis inicialmente pedidos de 11,32% em bairros de regiões centrais; de 8,65% em bairros de periferia; e de 10,86% em bairros de áreas nobres.
O número de inquilinos com o pagamento do aluguel atrasado em maio foi de 3,5% do total de contratos em vigor nas 1.170 imobiliárias pesquisadas pelo Creci-SP, percentual 16,9% menor que os 4,22% de inadimplentes de abril.
Com relação ao Índice Creci-SP de preços dos imóveis usados vendidos e alugados, em maio o percentual caiu 2,83% na comparação com Abril. Foi a segunda queda seguida do índice estadual de preços de imóveis usados residenciais do Creci de São Paulo. Em abril, a queda foi de 0,51%. Em cinco meses, de Janeiro a maio, o índice está positivo em 1,05%, mas muito abaixo da inflação de 5,34% acumulada pelo IPCA.
Fonte: Monitor Mercantil (29/7/15)