Seis de nove bairros da Zona Sul registraram queda nos valores de aluguel em julho. Os dados são do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio), que monitora mensalmente os valores de metro quadrado para venda e locação em 18 bairros da cidade. O Leblon registrou o maior declínio na região. O aluguel caiu 3,17% em julho, passando de R$ 71,35 para R$ 69,09, o metro quadrado. Em seguida, vêm Ipanema com queda de 2,78% (de R$ 73,76 para R$ 71,71) e Jardim Botânico, que viu os valores dos aluguéis caírem 1,92%, de R$ 53,70 para R$ 52,67.
Copacabana (-1,45%), Gávea (-1,34%) e Flamengo (-0,30%) são os outros três bairros da região que registraram queda. Em toda a cidade, o fenômeno se repetiu ainda no Recreio dos Bandeirantes, com aluguéis tendo uma redução de 0,48% e na Ilha do Governador, onde houve a maior queda: 5,27%. Na média da cidade, o índice FipeZap já vêm demonstrando que há realmente uma desaceleração nos preços. O índice, divulgado no início do mês, mostra ainda uma leve alta de 0,35% contra 0,43% no mês anterior. Com isso, no acumulado de 12 meses, os bairros que tiveram a maior alta no aluguel foram Méier, com 18,56%, Centro (14,92%) e Jacarepaguá (14,56%).
— Realmente, estamos vivendo um momento de ajustes nos preços dos aluguéis, em que os proprietários aceitam fazer reduções para fechar o negócio. Até porque há um aumento no número de ofertas que faz com que os imóveis fiquem mais tempo no mercado. E é normal que essa acomodação comece pela Zona Sul, porque foi a região onde os preços dos imóveis subiram mais — explica Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio, acrescentando que o efeito ainda não chegou em bairros da Zona Norte e no Centro. — Essas regiões estão bombando. Já Jacarepaguá é um caso a parte, devido a sua proximidade com a Barra e ao grande número de novos empreendimentos.
PREÇOS DE VENDA AINDA SOBEM ACIMA DA INFLAÇÃO
Para venda, as reduções foram menores e houve queda em apenas cinco dos 18 bairros monitorados: Gávea (-1,33%), Lagoa (-0,81%), Ipanema (-072%), Barra (-0,08%) e Méier (-0,08%). O FipeZap registrado para o mês foi de 0,48%. No acumulado de 12 meses, contudo, os preços ainda demonstram um certo fôlego, subindo acima da inflação oficial do período, que ficou em 6,5%. Botafogo registrou a maior alta: 14,9%, seguido por Vila Isabel, (14,53%), Copacabana (13,33%), Ilha do Governador (12,61%) e Méier (11,38%). Ipanema e Leblon foram os únicos bairros pesquisados com alta abaixo do índice de inflação, mas ainda assim bem próximos: 6,07% e 6%, respectivamente.
— Ipanema e Leblon são os bairros que tiveram a maior valorização ao longo dos tempos, então é normal que agora tenham uma maior flexibilização dos preços. Não dá para dizer ainda se vai haver queda ou não porque vivemos um momento de insegurança em relação à economia do país. Por um lado, o mercado, de maneira geral, tende a ficar mais parado, já que as pessoas estão esperando para ver o que vai acontecer após as eleições. E ainda vivemos a ressaca da Copa. Por outro, o imóvel é visto como um investimento seguro, então muita gente pode voltar ao mercado imobiliário também. Isso pode trazer um equilíbrio maior nos preços — avalia Schneider.
Fonte: O Globo (26/08)